Proctocolite alérgica: o que fazer?

bebe no médico

A proctocolite induzida por proteínas alimentares é caracterizada pela presença de raias de sangue vermelho vivo nas fezes, com ou sem diarreia ou muco. Se apresenta tipicamente nos primeiros 6 meses de vida, em bebês normais.

É a forma mais comum de alergia alimentar no dia a dia do pediatra e gastroenterologista pediátrico.

A maioria dos bebês acometidos tem ótimo estado geral, mas alguns tem irritabilidade, dificuldade para evacuar e fissura anal.

Embora vários alérgenos alimentares possam estar implicados, as proteínas do leite de vaca são as mais comumente envolvidas (65%).

Nenhum exame laboratorial estabelece o diagnóstico e, portanto, os exames são desnecessários na maioria das vezes.

A pesquisa de IgE específica ao alimentos suspeito não tem valor diagnóstico, pois a alergia não é decorrente de uma reação IgE mediada.

O diagnóstico é definido com a exclusão do alimento suspeito, seguida do desencadeamento, ou seja, após a melhora do quadro clínico ao eliminar o alimento suspeito, deve-se reintroduzi-lo e observar o reaparecimento dos sintomas.

O sangramento geralmente desaparece em 1 a 2 semanas após a eliminação completa da proteína da dieta materna. A maioria dos casos melhora em 72 a 96 horas, mas a resolução total dos sintomas pode levar até 2 semanas após o início da dieta de exclusão.

Se o bebê ainda estiver sintomático após esse período, é necessário primeiro checar a adesão da mãe à dieta e na sequencia, considerar eliminar a soja, seguida do ovo. Um de cada vez, e sempre após a orientação do especialista.

Nas APLV não IgE mediadas leves a moderadas, em geral, não é necessário separar utensílios e evitar traços.

Em bebês que estão recebendo fórmula infantil, habitualmente indica-se uma fórmula especial, a fórmula extensamente hidrolisada e, se o sangramento não resolver, a fórmula de aminoácidos.

O prognóstico da proctocolite alérgica é bom, quase todos os bebês se tornam tolerantes ao alimento desencadeante por volta de 1 ano de idade, às vezes até antes.

Deve-se levar em consideração que até 20% dos bebês amamentados têm resolução espontânea do sangramento, sem qualquer mudança de dieta.

O exagero ou o prolongamento das dietas de exclusão, para uma condição benigna e autolimitada, pode trazer consequências ruins.

O acompanhamento com profissional especialista é importante!